Mistake

Existe um sentimento que com uma freqüência absurda se perde no caminho.
No caminho em que ele percorre da alma até os olhos quando deveria tornar-se olhar e mar;
do coração até as mãos quando deveria encontrar outras e virar carícia e abraço;
do pensamento até a boca, quando deveria virar palavra e beijo.
O amor.
Um medo angustiante em admitir o amor, em vivê-lo plenamente.
Medo de não ser correspondido, de se entregar, de ficar vulnerável.
Medo de alegrar uma alma, conquistar um coração e se “responsabilizar”.
Tantas palavras que deveriam ser proferidas, mas que se diluíram na covardia.
Mensagens e verdades que deveriam ser lidas, mas que se apagam na paralisia do dedo diante do botão enviar.
Sentimento que poderia ter crescido, multiplicado, mas que encontraram o limite na fraqueza.
É mais fácil testar, provocar e ferir... Trocar os pés pelas mãos!
Esperar que a coragem nasça primeiro do lado de lá. Deixar que o “destino” faça o que nós não tivemos coragem de fazer.
Quanta vida se perde no mar de dúvidas e incertezas que criamos em torno de algo que poderia ser tão simples e claro?
E um dia ele se vai, o amor, sem nem mesmo ter existido, sem nem mesmo ter tido a chance de virar felicidade.

Um brilho de dia, só faz melhorar o astral…   

Fotos: Marcelo dos Anjos
Texto: Minnie Anjos